O jejum intermitente ganhou fama nos últimos anos como estratégia para emagrecimento e melhora da saúde metabólica. Mas será que ele funciona para todo mundo? E mais: será que é a melhor opção para quem treina e busca performance?
No #DicasDeNutride hoje trouxemos a nutricionista Iraci Boleto, que alerta que o jejum pode ser útil, sim, mas que precisa ser analisado sob a ótica clínica e individualizada. Ou seja, não é uma fórmula mágica — e usá-lo sem critério pode acabar sabotando seus resultados.
O que é o jejum intermitente de verdade?
O jejum intermitente é um período prolongado sem ingestão de alimentos, intercalado com janelas de alimentação. Existem diferentes protocolos (12h, 16h, 18h, até mais longos), mas todos têm algo em comum: dar um descanso metabólico ao corpo.
Muitos adeptos relatam:
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mais controle da fome,
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melhora da sensibilidade à insulina,
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e até ganhos cognitivos.
Mas… isso não significa que seja para todo mundo.
Quando o jejum pode virar problema
De acordo com a visão da Dra. Iraci, alguns cuidados precisam ser considerados:
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Histórico clínico: pessoas com disfunções hormonais, problemas gastrointestinais, uso de certos medicamentos ou distúrbios alimentares podem ser prejudicadas.
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Atividade física intensa: treinar em jejum pode sobrecarregar o organismo, aumentar risco de lesão ou reduzir desempenho.
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Recuperação prejudicada: quem não consegue organizar bem as janelas de alimentação pode ter déficit nutricional (faltando proteína, vitaminas ou minerais essenciais).
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Sinais de alerta: tontura, queda de energia, irritabilidade excessiva — indícios de que o protocolo não está adequado.
Como usar o jejum a seu favor
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Avalie seu corpo antes de tudo — exames clínicos e acompanhamento profissional são fundamentais.
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Respeite sua rotina e seus treinos — se o treino é intenso, talvez o jejum longo não seja a melhor escolha.
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Priorize a qualidade da janela de alimentação — não adianta ficar 16h sem comer e, na hora da refeição, apostar em ultra processados.
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Adapte e ajuste — protocolos podem ser testados e ajustados conforme o corpo responde.
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Não copie protocolos da internet — cada metabolismo tem necessidades únicas.
Jejum intermitente e performance: pode andar junto?
Sim, pode. Mas a chave é individualização. Para algumas pessoas, ele ajuda no foco, na leveza durante o treino e até no emagrecimento. Para outras, compromete força, disposição e recuperação. O ponto não é “jejum funciona ou não”, mas sim: funciona para você, nas suas condições atuais?
Conclusão
O jejum intermitente pode ser um aliado poderoso, desde que aplicado com critério, supervisão e respeito às necessidades do corpo. O que a Dra. Iraci Boleto reforça é: não existe estratégia universal — saúde clínica e esportiva caminham juntas, e só com esse olhar completo é possível ter resultados de verdade, sem colocar o corpo em risco.